Isabella teve febre no final de semana. Junto veio a tosse e o nariz escorrendo. Já estou acostumada as viroses da escola, nos últimos 7 meses foram várias. Daí que na segunda a noite, noto que umas supostas mordidinhas de mosquito tinham evoluído para bolhinhas.Terça bem cedinho ligo para o médico e consigo uma consulta às 10:45. Saio cedo de casa na esperança de ser atendida antes. Considerando a possibilidade de não ser nada, ainda poderia deixá-la na escola e correr para o trabalho. Doce ilusão. Esse pediatra é super atencioso, conversa bastante, o que faz da recepção dele um campo de Guerra lotado de mães impacientes e crianças chorosas.
Lá estavam
comigo na espera a mãe do Ben e a mãe do Paul. Entre Ben e Paul dois
caminhõezinhos de plástico. Entre o puxa pra cá , empurra pra lá, a mãe de Ben
(postura impecável toda trabalhada no pilates) assumia o papel da
disciplinadora:
-Sharing, sharing! Boys, we are sharing.
A mãe de Paul, que
estava no celular, ao perceber a situação, se sentiu imediatamente cobrada a
ensinar o filho a dividir. E a partir dai foram mais ou menos uns 20 minutos de
um sonoro"sharing, sharing" de ambas as partes. Algo que não parecia
surtir muito efeito, pois os dois meninos com um pouco menos de 2 anos ainda
estão na fase de brincarem sozinhos. Ate que Ben se distraiu com o sapatinho da
Isabella. A mãe se sentou ao meu lado esquerdo e repetia:
-Ben, shoes!! Shoes! girl's shoes! Where's mama shoes? And Ben's shoes? Good boy! Shoes!Shoes!
A mãe de Paul se sentou ao meu lado direito e na tentativa de devolver os caminhões a Ben, ofereceu o telephone cellular ao filho. Na tela aparecia a imagem de um gato e ela insistentemente perguntava:
-Paul, what is this? a cat, a dog or a flamingo? Paul, please look at this? a flamingo or a cat?
Eu já estava ficando de mau humor com aquilo. Tava achando uma loucura a obsessão delas em ensinarem o tempo inteiro. Fiquei imaginando o quanto elas se cobram em relação a isso. Eu estou lendo o livro "Crianças francesas não fazem manha" que fez o maior sucesso no Brasil. Já li que ele foi bem criticado na Franca, pois as coisas não são tão simples como a autora faz parecer. Eu amei o livro e na verdade, nao estou preocupada se na França é como ela diz ou não. O que realmente me chamou a atenção foi o fato dela ter juntado num pacote só todas as neuras que vejo hoje em dia por aí. Logo no comeco ela fala de como no EUA existe uma competicao louca entre mães. Relata tambem a obsessão dos pais em que os filhos se desenvolvam mais rápido que os outros. Sem brincadeira, aqui na televisão anunciam um kit que ensina seu filho a reconhecer o alfabeto a partir de 1 ano e assim, promete alfabetizá-lo em idade recorde!!!! Tipo assim: a criança nem fala, mas já sabe ler. Na sala de espera do pediatra havia uma tensão clara entre as duas, ao ponto da mãe do Ben segurar o Paul e "quase gritar" um shaaaaaaring na cara do menino. Com o olhar ela cobrava uma atitude da outra, parecia mais uma governanta que outra coisa. Não existe mais o deixar fluir. Hoje em dia, antes dos filhos até mesmo nascerem, os pais já vão determinando as regras e por consequência as metas.
-Ben, shoes!! Shoes! girl's shoes! Where's mama shoes? And Ben's shoes? Good boy! Shoes!Shoes!
A mãe de Paul se sentou ao meu lado direito e na tentativa de devolver os caminhões a Ben, ofereceu o telephone cellular ao filho. Na tela aparecia a imagem de um gato e ela insistentemente perguntava:
-Paul, what is this? a cat, a dog or a flamingo? Paul, please look at this? a flamingo or a cat?
Eu já estava ficando de mau humor com aquilo. Tava achando uma loucura a obsessão delas em ensinarem o tempo inteiro. Fiquei imaginando o quanto elas se cobram em relação a isso. Eu estou lendo o livro "Crianças francesas não fazem manha" que fez o maior sucesso no Brasil. Já li que ele foi bem criticado na Franca, pois as coisas não são tão simples como a autora faz parecer. Eu amei o livro e na verdade, nao estou preocupada se na França é como ela diz ou não. O que realmente me chamou a atenção foi o fato dela ter juntado num pacote só todas as neuras que vejo hoje em dia por aí. Logo no comeco ela fala de como no EUA existe uma competicao louca entre mães. Relata tambem a obsessão dos pais em que os filhos se desenvolvam mais rápido que os outros. Sem brincadeira, aqui na televisão anunciam um kit que ensina seu filho a reconhecer o alfabeto a partir de 1 ano e assim, promete alfabetizá-lo em idade recorde!!!! Tipo assim: a criança nem fala, mas já sabe ler. Na sala de espera do pediatra havia uma tensão clara entre as duas, ao ponto da mãe do Ben segurar o Paul e "quase gritar" um shaaaaaaring na cara do menino. Com o olhar ela cobrava uma atitude da outra, parecia mais uma governanta que outra coisa. Não existe mais o deixar fluir. Hoje em dia, antes dos filhos até mesmo nascerem, os pais já vão determinando as regras e por consequência as metas.
Eu prefiro dizer um "devolve o caminhão do menino!"e ponto. Simples, sem táticas ou teorias aplicadas.
Finalmente sou chamada pela enfermeira.
Passo pela salinha onde esta o Ben:
-Fish! Fish! good boy! FIIIIISH!
O Paul ficou na sala bem ao nosso lado e pude ouvir toda a consulta dele. O menino tem 2 anos e só diz duas palavras: mama e dad. E ela querendo que ele soubesse o que era um flamingo!!!!
Diagnóstico da Isabella: impetigo. Fomos pra casa com a receita de um creminho. E eu confesso bem contente, por ter uma filha que pega pereba, morde os amigos da escola, tira meleca, rala o joelho e que eu espero muito, cresça com uma cabeça boa.
Finalmente sou chamada pela enfermeira.
Passo pela salinha onde esta o Ben:
-Fish! Fish! good boy! FIIIIISH!
O Paul ficou na sala bem ao nosso lado e pude ouvir toda a consulta dele. O menino tem 2 anos e só diz duas palavras: mama e dad. E ela querendo que ele soubesse o que era um flamingo!!!!
Diagnóstico da Isabella: impetigo. Fomos pra casa com a receita de um creminho. E eu confesso bem contente, por ter uma filha que pega pereba, morde os amigos da escola, tira meleca, rala o joelho e que eu espero muito, cresça com uma cabeça boa.